domingo, 29 de abril de 2012

O sistema de cotas e a proteção enganosa

O sistema de cotas e a proteção enganosa, O Globo
"Na pauta de hoje está a ação protocolada pelo DEM contra o sistema de cotas adotado pela Universidade de Brasília e o recurso que questiona a política adotada pela Universidade do Rio Grande do Sul, que combina dois critérios para a seleção: a origem de escola pública e a “raça”."
Só pra constar que o DEM é contra as cotas, que é um dos poucos partidos que reluta em mudar e entender que o pais mudou, que não é ainda feito para poucas pessoas, deve ser por isso que conforme acontecem eleições, a importância do partido diminui.
"A priori, pode parecer justa a preocupação de garantir espaço, nas instituições de ensino superior, para jovens que não tenham tido as mesmas oportunidades que outros, supostamente por questão de renda, cor da pele ou outro motivo.

O problema é que esse conceito embute distorções capazes de, ao supostamente neutralizar discriminações, criar outras ainda piores, uma vez que definidas em leis, normas e regulamentos."
Não apenas o DEM, o O Globo também não percebeu que o país mudou.
"A barreira defensiva para os negros, por exemplo, é traiçoeira. Segundo dados de 2008 do IBGE, apenas 6,1% da população se autodefinem como negros. Em termos percentuais, essa parcela da população só se torna expressiva se a ela se adicionarem os 45,1% que se denominam pardos. Nesse caso, portanto, a barreira funciona, na prática, como uma discriminação contra pardos, não contemplados com cotas."
O jornal acredita que quem o lê, ou é radical de direita, ou burro. Uma vez escutei um comentário sobre a revista Veja, era uma conversa que a revista era bastante criticada e uma pessoa a "defendeu", disse que ali está escrito o que o leitor quer ler, a pessoa que compra a Veja não quer uma capa com a Dilma rindo e uma legenda bem grande "Um Brasil melhor", ele quer escandalos do governo, quer se sentir confortável por ter seu pensamento reconhecido em outros meios, acho que é o mesmo caso do jornal.
"Outro grande problema do sistema de cotas é o critério a ser adotado para selecionar os que nele devem ser incluídos.

Quando o sistema é o do mérito escolar, as nuvens se dissipam e as cotas deixam de ser necessárias. Entra quem obtiver nota suficiente, segundo o número de vagas. Quando entra o componente racial, a questão se complica."
O jornal ignora o fato do Brasil ser um pais racista, do pobre negro ser mais pobre que o pobre branco, que a mobilidade social do negro é menor do que a do branco e que também existem cotas sociais e não apenas por cor.
"E, para beneficiar alguns, outros são prejudicados. Como é o caso óbvio dos milhões de jovens brancos e pobres, que têm tanta dificuldade de acesso ao ensino superior quanto qualquer outro jovem na mesma situação.

Sem falar no risco de esses sistemas incutirem na sociedade tensões raciais desnecessárias."
Acho que esse risco que o jornal se refere, só pode ser criado por ele e veículos com o mesmo pensamento. A frase " E, para beneficiar alguns, outros são prejudicados" é brilhante, o jornal consegue ir pra um argumento que o negro pobre que não tem esperança de mobilidade social e é massacrado desde a escravidão e sem um plano até hoje de integra-lo plenamente na sociedade, no fundo pode ser o vilão dessa história, e você sabe como ? Segregando! Não é por falta de esforço e criatividade que a direita não está no poder.

 
 

 
 


3 comentários:

  1. Muito boa a matéria. Vejo que o blog continua bom!

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  2. Voces tem acompanhado isto:
    http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2012/04/perillo-e-cachoeira-providenciaram.html#.T57z6b6Zo4c.twitter

    ??

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  3. Claro que sim! Monitorando como a imprensa trata a situação, a CPI que inicialmente ia verificar a relação de um "contraventor" com um senador do DEM e um governador do PSDB já foi chamada até de "CPI do PAC"

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